sábado, 24 de novembro de 2007

loosing CONTROL


Ontem, fui ao King ver Control, o filme/biografia sobre Ian Curtis realizado por Anton Corbijn. O filme é de facto muito bom, possivelmente o melhor que vi neste ano. É com grande pena minha que vejo que em Lisboa o filme apenas se encontra disponível em duas salas de cinema (King e Monumental), passando assim ao lado do grande público.

O motivo?

Não é um filme "difícil" como se poderia julgar à partida por ser o primeiro filme de Anton Corbijn, fotógrafo de profissão. É certo, que a forma como o filme é filmado não é a mais tradicional, com a câmara fixa e longas exposições. Mesmo assim, o filme é bastante acessível quer do ponto de vista da realização quer do próprio enredo.

Na origem do mal, deve estar a fraca exposição e a falta de marketing que este tipo de filmes normalmente tem. Comparando com as produções holywoodescas, Control praticamente não é publicitado, sendo que os canais de divulgação onde este é anunciado são muito restritos. A primeira vez que ouvi falar do filme foi numa edição da Blitz há uns poucos meses, em que a capa pertenceu a Ian Curtis. Depois disso, só voltei a ouvir falar de Control, na Radar, que tem feito um excelente trabalho na divulgação da película. Mas sejamos sinceros, quantas pessoas lêm realmente a Blitz e não só os artigos sobre as suas bandas preferidas. Para não falar na Radar, que de longe (mas mesmo muito longe... várias léguas) é a melhor rádio Portuguesa, mas mesmo assim continua longe do grande público.

Sendo assim, qualquer que seja o motivo, não deixa de ser triste que esta excelente obra cinematográfica vá passar despercebida do grande público, sem nunca ter tido a devida oportunidade. Os fãs de Joy Division (banda da qual Ian Curtis era vocalista), irão sem dúvida todos vê-la ao cinema. Alguns admiradores de cinema menos comercial também irão assistir à exibição do filme, talvez em parte pela excelente recepção que o filme teve em Cannes. No entanto, os espectadores ficar-se-ão por aqui...

Quanto ao filme, propriamente dito, é a história da vida de um rapaz atormentado com o seu casamento fracassado, com a sua dificuldade de decisão, com a sua doença (epilepsia), com a desgastante vida de músico, resumindo, com a perda do controlo sobre a sua própria existência.
O filme é sobre um indivíduo real (Ian Curtis) que viveu e morreu depressa de mais. Não interessa apenas aos fãs dos Joy Division. É uma excelente oportunidade para se ficar a conhecer a história de uma personalidade importantíssima na história da música moderna e de uma das mais importantes bandas dos últimos 30 anos.

Contém ainda destacar o excelente desempenho de Sam Riley, no papel de Ian Curtis, que para além das parecenças físicas com o falecido músico, consegue ir ao fundo da representação, arrancando um papel digno de estatueta. Por 2 horas parecia que Ian Curtis tinha renascido...

Altamente recomendado!

2 comentários:

John Doe disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
John Doe disse...

enganei-me! o que queria dizer é que ainda assim, a maior exposição que o filme teve em Portugal foi ter sido capa da revista actual do expresso e da revista Y do público!